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Insetos polinizadores urbanos: desafios e soluções sustentáveis

Blog SGS PortugalESG02 Dec 2025

Autor:
António M. Mendes
Field Application Specialist da SGS Portugal
 

As cidades podem ser refúgios essenciais para os insetos polinizadores, sendo vários os projetos inovadores, de telhados verdes a corredores ecológicos, que os protegem e promovem a biodiversidade.

Nem só no campo podemos encontrar insetos polinizadores. As cidades fornecem também habitats valiosos para estes agentes importantes e vários estudos já confirmaram que as redes verdes urbanas, formadas por faixas de rodagem, lotes, jardins, plantações em rotundas e parques, são uma fonte valiosa de biodiversidade de insetos, o que inclui os polinizadores.

É tanto assim que os investigadores descobriram que as cidades podem ter mais espécies de abelhas do que algumas paisagens agrícolas, sendo o mesmo válido para outros insetos polinizadores: por exemplo, 35% das espécies de moscas-das-flores do Reino Unido foram registadas num único jardim urbano e metade das espécies de abelhas alemãs foram registadas em Berlim.

Além de oferecerem habitats a estes insetos, as áreas urbanas distinguem-se ainda das paisagens rurais ao funcionarem como refúgio contra os inseticidas.

A proteção destes espaços verdes e a aposta na criação de novos não só ajuda a promover a saúde e o bem-estar humanos, uma vez que, além da tarefa que desempenham ao nível da filtragem do ar, da retenção de carbono e do arrefecimento, promovem atividades ao ar livre, proporcionam beleza paisagística e podem ter um efeito calmante, reforçando ainda as populações de polinizadores.

Redes verdes urbanas: um oásis para os insetos polinizadores

São vários os exemplos de projetos e iniciativas que, nas cidades, ajudam a proteger os insetos polinizadores, com todos os benefícios que isso proporciona para a saúde, o ambiente e a economia. Até porque, sabendo que mais de metade da população humana vive em zonas urbanas e que a urbanização tem tendência a crescer, aumentam também as preocupações associadas ao desenvolvimento sustentável das cidades e às iniciativas de biodiversidade.

Conservar a natureza nos meios urbanos é vista como uma forma de tornar as cidades mais saudáveis e mais resilientes, sobretudo tendo em conta o crescente perigo das alterações climáticas e a urgência não só de as travar, como também da adaptação aos seus efeitos que já se fazem sentir. E, nas cidades, são muitas as opções e possibilidades de proteger e expandir os espaços verdes benéficos para os polinizadores. Por exemplo:

  • criação de corredores ou cordões verdes;
  • reconstrução ou o aumento do número de parques, jardins públicos, florestas urbanas e áreas naturais protegidas;
  • implementação de biótopos e construção de espaços verdes comerciais e institucionais ou hortas comunitárias.

A conservação dos polinizadores não pode ser, nas cidades, vista de forma isolada, uma vez que todos podem contribuir. O que torna importante a criação de parcerias para implementação de ações e estratégias que tenham em vista este objetivo.

Não só os proprietários de terras em grande escala, mas também os promotores imobiliários, os gestores de locais industriais abandonados, os responsáveis de instalações e serviços, os gerentes de negócios de transporte, agricultores, arquitetos, escolas, ONGs locais, todos são importantes para a criação de ações favoráveis aos polinizadores.

Para tudo isto, é necessária informação, nomeadamente sobre o estado de conservação e as tendências das populações de polinizadores, as ameaças que enfrentam, as suas interações, assim como os impactos na natureza, no bem-estar e na economia. É essencial mapear os polinizadores existentes e os seus habitats, fazer uma monitorização do estado das populações, para perceber as eventuais causas do seu declínio, todos estes dados que permitem a tomada de decisões informadas sobre os locais onde as intervenções serão mais eficazes.

Espaços urbanos ou habitats com valor elevado?

São vários os espaços urbanos que se podem tornar verdadeiros habitats dos insetos polinizadores:

  • Jardins públicos e privados;
  • Parques empresariais com arranjos paisagísticos; 
  • Parques municipais e áreas de paisagismo formal com flores, por exemplo, canteiros de flores e arbustos;
  • Espaços em torno das árvores dos arruamentos;
  • Corredores com vias de transporte, tais como estradas, linhas ferroviárias, ciclovias e canais;
  • Parques de estacionamento menos formais com alguma vegetação;
  • Edifícios e outras estruturas construídas (por exemplo, pontes e muros antigos);
  • Adros de igreja;
  • Cursos de água como rios, ribeiros e valas.

E não faltam exemplos deste tipo de habitats, uns mais originais do que outros, mas todos peças importantes no jogo da biodiversidade.

Os telhados verdes
Para ter insetos polinizadores não é necessário um habitat muito grande ou que este esteja ligado fisicamente a outros. Os telhados verdes biodiversos são um dos exemplos que permite o cumprimento desta função, ao mesmo tempo que proporcionam benefícios como a retenção de água e um escoamento mais lento de água para sistemas de drenagem. Estes podem ser ‘desenhados’ no momento do planeamento de novos empreendimentos, mas também na requalificação de habitações e infraestruturas públicas.

Foi na cidade de Utrecht, nos Países Baixos, que nasceu a ideia de criar pequenos espaços verdes no cimo das paragens de autocarro, uma iniciativa a que foi dado o nome de ‘telhados verdes’, que captam partículas, armazenam a água da chuva, proporcionam arrefecimento quando está calor e promovem a biodiversidade urbana, sendo benéficos para insetos como abelhas, abelhões e borboletas.

Uma novidade que conquistou a atenção da Austrália e de outros países europeus, como o Reino Unido, onde cidades como Leicester, Derby, Southampton, Newcastle, Sunderland, Derby, Oxford, Cardiff e Glasgow também já implementaram a ideia.

Planos e estratégias verdes
Várias cidades europeias, como Barcelona, Edimburgo, Londres, Malmö e Manchester desenvolveram estratégias específicas de infraestruturas verdes, que traçam objetivos e estratégias espaciais, através de políticas de planeamento que garantem que a cidade tem de manter, qualificar e expandir os espaços verdes e azuis (rios, canais, lagos, etc.), que inclui torná-los mais favoráveis aos polinizadores.

Autoestrada para as abelhas
Em Oslo, na Noruega, a Oslo Garden Society, em conjunto com as autoridades locais, particulares, escolas e empresas privadas, criou a primeira autoestrada para abelhas do mundo, uma rede de estações de alimentação e abrigos a cada 250 metros num corredor pela cidade, que inclui jardins em socalcos, canteiros de flores e outras áreas favoráveis aos polinizadores.

Plano de Biodiversidade
Em Paris, França, foi implementado o "Plano Biodiversité", que inclui a criação de prados urbanos, a plantação de plantas favoráveis aos insetos polinizadores e a instalação de colmeias nos telhados dos edifícios públicos para apoiar os polinizadores urbanos.

Junte-se ao movimento de defesa dos polinizadores

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