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Agentes polinizadores: quem são e porque são essenciais

Blog SGS PortugalESG27 Nov 2025

Autor:
António M. Mendes
Field Application Specialist da SGS Portugal
 

Conheça os agentes polinizadores, o seu papel na produção de alimentos e biodiversidade, e porque é que o seu declínio ameaça os nossos ecossistemas.

Quando pensamos em polinizadores, de imediato nos vem à ideia as abelhas, mas estas são apenas um exemplo no vasto grupo que compõe os polinizadores. Na Europa, os insetos são o tipo animal mais importante na realização da tarefa de polinizar as plantas e às abelhas juntam-se as moscas-das-flores, as borboletas, as traças, ou os escaravelhos, agentes polinizadores diferentes nas suas formas, tamanho e cor, mas que partilham a responsabilidade das importantes tarefas que desempenham.

Polinização: o que é?
Polinização é o nome dado à transferência de pólen entre as partes masculinas e femininas das flores, o que torna possível a fecundação e a reprodução das plantas.
Pode ocorrer através do vento e da água, mas os animais são frequentemente essenciais, com quase 90% das plantas com flor do mundo a requerem polinização animal. E a maioria dos polinizadores animais são insetos, como as abelhas, as moscas e as borboletas, ainda que existam muitas outras espécies de polinizadores (como os pássaros ou os morcegos).

O papel dos agentes polinizadores

Cerca de 75% das principais culturas cultivadas globalmente para consumo humano dependem, pelo menos em certa medida, dos polinizadores para o crescimento, qualidade e/ou produção de sementes.

Porquê? Porque estes ajudam as plantas selvagens a reproduzirem-se e as culturas a produzirem sementes, frutos, frutos secos e outros alimentos.

E ao fazerem-no, garantem um fornecimento constante de alimentos saudáveis e economicamente valiosos para os humanos, melhorando ainda a qualidade das culturas e, consequentemente, o seu valor económico. De facto, estima-se que a contribuição direta dos polinizadores para a agricultura da União Europeia (UE) se situe entre os cinco e os 15 mil milhões de euros.

Os polinizadores também têm impacto, de forma indireta, na criação de carne, produtos lácteos e peixe ao polinizar culturas utilizadas para alimentar animais, como alfafa, ervilhas e soja utilizadas na alimentação de bovinos, ovinos, aves e suínos, bem como trevo e leguminosas semeadas, tremoço e colza utilizados para alimentar peixes de viveiro.

E é graças ao seu trabalho que conseguimos ter acesso a alimentos que compõem uma dieta equilibrada, com muitos micronutrientes essenciais para a saúde, incluindo vitaminas A e C, cálcio e flúor. As culturas polinizadas por animais (fruta e frutos secos, por exemplo) muito mais ricas em nutrientes essenciais do que as culturas básicas maioritariamente polinizadas pelo vento ou por si só (como o trigo, o arroz e a batata).

Além disso, desempenham ainda um papel no controlo de pragas na agricultura. As larvas de algumas espécies de moscas-das-flores, por exemplo, atacam os pulgões, insetos que são pragas particularmente prejudiciais para a economia. Esta forma natural de controlo de pragas pode reduzir a dependência dos agricultores em relação aos métodos químicos.

Polinizadores em queda acentuada

Apesar da sua importância, na UE os polinizadores diminuíram em número e diversidade nas últimas décadas. Só na UE, uma em cada três espécies de abelhas, borboletas e moscas-das-flores está em declínio, uma em cada 10 espécies de abelhas e borboletas está ameaçada de extinção e cerca de quatro em cada cinco espécies de culturas e plantas com flores selvagens dependem da polinização animal.

O uso insustentável da terra, uma gestão agrícola intensiva, o uso de pesticidas, as espécies exóticas invasoras, a poluição ambiental e as alterações climáticas são as grandes ameaças aos agentes polinizadores. Em 2017, um estudo alemão descobriu que as populações de insetos voadores diminuíram mais de 75% em apenas 27 anos, com os polinizadores selvagens, em particular, a enfrentarem uma vasta gama de ameaças responsáveis pelo seu declínio.

Esta perda dos agentes polinizadores tem um impacto que vai muito além da polinização, refletindo-se em todos os ecossistemas e afetando e ameaçando plantas e outros animais através de uma rede intrincada de interações entre organismos. Ao mesmo tempo, a perda de plantas dependentes dos polinizadores reduzirá a capacidade dos ecossistemas de armazenar carbono e de se protegerem contra inundações, por exemplo, enquanto a perda de certos polinizadores poderá também prejudicar as funções de controlo de pragas dos ecossistemas.

O papel da diversidade

Mas porque é que a diversidade é importante quando se trata dos polinizadores? É esta que garante que a polinização ocorre sob uma série de condições: à noite, mediante diferentes condições meteorológicas ou se o ambiente mudar significativamente. Animais diferentes são também mais adequados para polinizar plantas diferentes.

O que significa que são necessárias medidas urgentes para lidar com o declínio dos polinizadores selvagens. Eisso começa pela compreensão do estado das populações de polinizadores, quais as plantas que polinizam e os fatores que os estão a colocar em risco, para encontrar soluções capazes de lidar com o seu declínio. Para isso, é essencial a monitorização, ou seja, censos sistemáticos de polinizadores selvagens que forneçam dados robustos sobre o número das suas populações, diversidade e impactos.

Das palavras à ação: a iniciativa da UE para os polinizadores

Em toda a Europa estão já a ser implementadas ações que visam reverter o declínio dos agentes polinizadores. Projetos de natureza agrícola e urbana, que são essenciais para fazer face às principais ameaças enfrentadas por estes importantes organismos.

Em 2018, a Comissão Europeia adotou a Iniciativa da UE para os Polinizadores, que foi revista em 2023 como Um Novo Acordo para os Polinizadores, iniciativa que define objetivos e ações a longo e curto prazo, tendo em vista três prioridades:

  • Melhorar o conhecimento sobre o declínio dos polinizadores, as suas causas e consequências;
  • Melhorar a conservação dos polinizadores e combater as causas do seu declínio;
  • Mobilizar a sociedade e promover o planeamento estratégico e a cooperação a todos os níveis.
Descubra como pode ajudar a proteger os polinizadores

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