Autora:
Rita Costa
Cosmetics, Personal Care and Pharma Coordinator da SGS Portugal
Sabia que são elevados os riscos de contaminação na produção de canábis? Descubra como evitar pesticidas, metais pesados e outros contaminantes.
O cultivo de canábis enfrenta múltiplos desafios associados ao risco de contaminação ao longo de todo o processo produtivo. Desde a aplicação de pesticidas e fertilizantes até às condições de armazenamento, cada fase pode introduzir contaminantes específicos.
Pesticidas residuais, fungos patogénicos, bactérias nocivas, metais pesados absorvidos do solo e solventes utilizados na extração representam ameaças concretas à qualidade e segurança do produto final, com as consequências desta contaminação a variarem significativamente, desde a simples perda de qualidade até riscos sérios para a saúde dos consumidores.
Consequências da contaminação de canábis na qualidade e saúde
A contaminação da canábis gera diferentes tipos de problemas. Para os consumidores de canábis medicinal, os contaminantes podem mesmo comprometer os benefícios terapêuticos esperados, reduzindo a eficácia do tratamento. Mas os impactos específicos dependem do tipo de contaminante presente:
Deterioração microbiológica - Os micróbios decompõem os compostos essenciais da planta, resultando numa perda mensurável de potência e alteração do perfil aromático característico.
Riscos para a saúde - A canábis contaminada pode provocar infeções respiratórias, desencadear reações alérgicas ou causar distúrbios gastrointestinais. Estes riscos são particularmente elevados em pessoas com sistemas imunitários comprometidos.
Degradação acelerada - O crescimento microbiano acelera significativamente a deterioração do produto, encurtando drasticamente o seu prazo de validade e tornando-o comercialmente inviável ou perigoso para consumo.
Os inimigos invisíveis
Existem vários tipos de contaminantes e diferentes formas através das quais podem ser introduzidos no processo de cultivo:
Contaminação microbiana
Os micróbios, como bactérias (é o caso da Escherichia coli - E. coli - e da Salmonella), fungos (podem prosperar em ambientes húmidos e produzir micotoxinas nocivas) e bolores, podem estar presentes no ar, encontrar-se nas superfícies dos equipamentos ou até no corpo dos trabalhadores, o que torna necessário a adoção de práticas de higiene adequadas, na ausência das quais estes micróbios podem facilmente contaminar as plantas e comprometer a sua qualidade.
Não só os microrganismos se podem instalar na superfície da planta (folhas, caules e rebentos), como o bolor e os fungos podem cobrir gradualmente a mesma, afetando o seu crescimento e reduzindo a produtividade. A isto junta-se ainda o potencial de a contaminação microbiana introduzir compostos nocivos e alergénios, tornando o produto inseguro para consumo.
Contaminação por metais pesados
Aqui, falamos de metais como chumbo (as plantas de canábis podem absorvê-lo através das suas raízes), arsénio, mercúrio (a contaminação pode ocorrer por fontes aéreas ou pela água poluída utilizada durante o cultivo), entre outros, que podem estar presentes no solo ou na água usados para o cultivo. Metais que entram nas plantas de canábis através das suas raízes, o que pode afetar o seu desenvolvimento e ainda conduzir à produção de canábis contaminada, mais uma vez, com risco potencial para a saúde do consumidor.
Contaminação por químicos
Comummente usados para proteger as plantas de doenças e pragas e aumentar a produtividade, os pesticidas podem tornar-se ameaças à saúde através dos resíduos que deixam nas plantas. A estes juntam-se os nitratos e nitritos, agentes nocivos que podem entrar na canábis através dos fertilizantes e ainda de água ou solo contaminados e cuja exposição crónica pode causar diversos problemas de saúde.
A importância da testagem
São várias as formas de prevenir estes tipos de contaminação e sobretudo de salvaguardar a qualidade dos produtos e, claro, a saúde de quem os consome e isso faz-se através de uma testagem que tem de ser rigorosa para garantir a segurança do consumidor e a qualidade do produto.
Podem ser testes microbianos, que garantem que a canábis está livre de bactérias e fungos nocivos, de testes que fazem a identificação dos metais tóxicos absorvidos durante o cultivo ou da implementação de medidas de controlo de qualidade, que são fundamentais, porque não só protegem a qualidade do produto e a saúde do consumidor, como aumentam a confiança e preservam a integridade do mercado.
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