Em muitas das empresas com que trabalhamos, encontramos uma situação curiosa: a definição do plano de controlo é feita em silos, sem uma verdadeira colaboração entre áreas-chave. Esta abordagem fragmentada pode comprometer a qualidade e a eficiência do produto, para além de criar uma falsa sensação de segurança.
O produto e o processo: dois mundos distintos
Por um lado, temos as pessoas encarregadas de conceber o produto. São os especialistas nas caraterísticas críticas do produto: resistência, durabilidade, funcionalidade. São responsáveis pela definição dos parâmetros que garantem que o produto corresponde às expectativas do cliente. Por outro lado, há os que concebem os processos de produção. São eles que controlam os parâmetros-chave do processo, como a temperatura, a velocidade ou a pressão, que têm um impacto direto na qualidade do produto final.
O problema começa quando cada grupo trabalha na sua própria bolha, sem interação entre si e, mais importante, sem interação com a equipa de qualidade. A qualidade, embora crítica, toma frequentemente decisões isoladas com base apenas na sua experiência e não na contribuição direta dos responsáveis pela elaboração do produto ou do processo.
A consequência: um plano de controlo incompleto
O resultado desta abordagem é um plano de controlo fragmentado, em que os controlos mais adequados para o produto e o processo não estão coordenados. Os controlos de qualidade podem não ser suficientemente abrangentes ou ser mal orientados, uma vez que não se baseiam na interação com os designers do produto e do processo, que possuem conhecimentos vitais para garantir a qualidade desde o início.
Este “desencontro” pode levar a falhas na deteção precoce de problemas, o que, a longo prazo, pode resultar em custos de qualidade mais elevados, retrabalho ou mesmo perda de clientes. Em vez de uma cultura de controlo integrada, cada parte do processo funciona de forma autónoma, como se fosse uma ilha separada.
A solução: colaboração, comunicação e um método
A solução não é mais complexa do que parece: promover a comunicação entre as equipas de design de produto, de processo e de qualidade. Alinhar estes três pilares para que partilhem informações relevantes, aprendam uns com os outros e trabalhem em conjunto para definir um plano de controlo abrangente e mais eficaz. Esta abordagem não só melhora a qualidade do produto, como também optimiza os recursos e reduz os riscos.
É necessário compreender que a qualidade não é um departamento isolado, mas deve ser um esforço conjunto, em que cada peça do puzzle desempenha um papel essencial. Quando as equipas colaboram eficazmente, podem ser identificados pontos de controlo críticos desde a fase de criação até à produção, garantindo produtos de qualidade e processos eficientes.
Que os compartimentos de informação deixem de ser um obstáculo. A chave para um plano de controlo sólido é a integração e o trabalho conjunto de todas as áreas. Só assim podemos garantir que a qualidade é construída desde o início e não apenas no final do processo.
Sobre a SGS
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