Autor:
Bruno Almeida
Coordenador SGS Molecular, SGS Portugal
Sabia que mesmo no Mercado Comunitário da União Europeia existem alguns OGM autorizados? Sabia que existem limites legais definidos? Descubra como a SGS Portugal pode ajudar com uma equipa técnica e análises especializadas para este sector.
Porque se usam OGM?
Os organismos geneticamente modificados (OGM) são atualmente um elemento básico da indústria alimentar, apesar de só terem sido introduzidos na nossa vida há algumas décadas.
O objetivo é geralmente aumentar o rendimento, melhorar as características da cultura ou proporcionar resistência a herbicidas e pesticidas.
Dada a ausência de provas ou estudos sobre a segurança a longo prazo do consumo destes produtos, muitos consumidores hesitam em consumir OGM, e algumas organizações sem fins lucrativos (como o Projeto Não OGM) surgiram numa tentativa de proteger o fornecimento de alimentos não OGM.
A União Europeia exige um controlo apertado nos produtos alimentares que contenham e/ou sejam produzidos a partir de OGM antes da sua entrada no mercado, de forma a garantir a segurança alimentar e a saúde humana e animal (já que muitas rações usam hoje OGM).
A legislação da UE determina que, mesmo para a lista de eventos autorizados, todos os produtos que atinjam ou ultrapassem o limiar de 0,9% de contaminação por OGM devem ser rotulados como "contendo OGM" (Regulamento (CE) n.º 1829/2003 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 22 de setembro de 2003). Por outro lado, quaisquer produtos que se situem abaixo deste limiar podem simplesmente ser rotulados como "não-OGM". É importante utilizar o método de deteção correto, uma vez que certos consumidores podem acreditar que os produtos OGM são menos autênticos e menos seguros, o que terá subsequentemente um impacto nas vendas.
Que tipos de ensaios são efetuados pela SGS Portugal?
Amostras de alimentos para humanos ou animais: Em alimentos processados, o desafio de deteção de material derivado de plantas geneticamente modificadas é maior, devido à degradação durante os diferentes processos de produção — por exemplo, métodos baseados na análise proteica são insuficientes, visto que a fase de confeção pode destruir as proteínas dos ingredientes utilizados. Após a extração do DNA do produto-alvo, utilizamos ensaios PCR em tempo-real ou PCR digital para detetar marcadores comuns de inserção genética: Promotor 35S (P-35S), Terminador NOS (T-NOS), Promotor FMV (P-FMV), gene PAT ou o gene Cry1ab/1ac são alguns exemplos.
A utilização destes elementos para triagem de OGMs permite com uma rápida deteção de apenas 5 alvos, cobrir 96% de todos os eventos autorizados na EU.
A SGS Portugal é capaz de detetar e quantificar ADN de OGM em todo o tipo de amostras para alimentação humana e animal.
PCR em Tempo Real: Os testes de PCR em tempo real são há muito considerados o "gold standard" para o rastreio de ADN de OGM em amostras alimentares. Combinam diferentes tipos de painéis num número reduzido de reações, otimizando a deteção dos principais marcadores ou genes cobrindo desta forma centenas de diferentes OGM’s.
O processo de utilização dos resultados da PCR quantitativa em tempo real para a quantificação de OGM baseia-se numa curva padrão, com maior incerteza de medição em concentrações muito baixas. Também é importante notar que as amostras de alimentos para consumo humano e animal são incrivelmente complexas e contêm uma grande quantidade de inibidores de PCR. Estes inibidores afetam negativamente a amplificação e podem, portanto, conduzir a resultados falsos negativos.
PCR Digital: Trata-se da terceira geração da tecnologia PCR, que oferece maior precisão, sensibilidade e quantificação absoluta do alvo, não dependente de uma curva de calibração. A solução da SGS passa pela utilização do dPCR (digital PCR), em que o volume total da amostra a testar é dividido em milhares de partições. Uma distribuição de Poisson é aplicada à razão entre as partições positivas e negativas, fornecendo uma quantificação absoluta, com menor incerteza mesmo na presença de baixas concentrações de OGM. Ao dividir o volume de reação, o método dPCR é também mais preciso e robusto, menos propenso a desvios e mais tolerante a inibidores, presentes em grandes quantidades em amostras alimentares. O teste permite desta forma garantir o limite imposto pela EU.
Sobre a SGS
Somos a SGS – a empresa líder mundial em testes, inspeção e certificação. Somos reconhecidos como referência global em sustentabilidade, qualidade e integridade. Os nossos 98.000 colaboradores operam numa rede de 2.650 escritórios e laboratórios, trabalhando em conjunto para possibilitar um mundo melhor, mais seguro e interligado.
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