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Em que casos clínicos é a Canábis medicinal atualmente recomendada?

Autora:
Rita Costa
Cosmetics & Hygiene Coordinator da SGS Portugal

A Canábis é habitualmente considerada como benéfica no tratamento de dores crónicas, de distúrbios do sono, ou na diminuição de náuseas. Mas mais estudos científicos são necessários para conhecer melhor a eficiência e aplicações desta planta e seus derivados. 

De acordo com o European Monitoring Centre for Drugs and Drug Addiction (EMCDDA), sediado em Lisboa, as evidências científicas sobre as propriedades medicinais da Canábis são ainda limitadas e bastante fragmentadas. Apesar do interesse gerado em torno do tema, assim como a descriminalização do seu uso, estarem a acelerar muito a pesquisa científica, estabelecer comparações ainda é difícil, até porque a maioria dos testemunhos resulta da utilização de diferentes produtos à base de Canábis. 

Em que casos clínicos é a Canábis atualmente recomendada?

Testes clínicos efetuados em ambientes controlados, com resultados publicados em 2018, sugerem que os canabinóides aliviam os sintomas de determinadas doenças, recomendando o seu uso como coadjuvantes nos tratamentos em que são aplicados.

Como anti-eméticos: o THC e outros canabinóides têm demonstrado ser tão eficazes como medicamentos já comercializados na redução de náuseas e vómitos relacionados com tratamentos de quimioterapia.

É importante notar, porém, que estes testes têm as suas limitações, e podem não ter em conta os mais avançados regimes de quimioterapia, conhecidos por serem menos geradores de náuseas e vómitos, mas também pelo facto dos mais recentes medicamentos anti-eméticos serem mais poderosos do que os seus predecessores — habitualmente, a Proclorperazina.

Novos estudos clínicos, com pacientes nos atuais regimes de quimioterapia e com a utilização dos mais recentes fármacos anti-eméticos, são recomendados pelo EMCDDA para confirmar a eficácia dos canabinóides.

Como estimuladores de apetite: Embora desde finais da década de 90 se sugira que os canabinóides têm um efeito sobre o apetite — nomeadamente o Marinol, anteriormente usados nos EUA em pacientes com o vírus da SIDA —, a evidência científica atual é ainda insuficiente para com certeza avaliar o papel dos canabinóides no estímulo do apetite em pacientes com anorexia nervosa ou certos cancros.

 

Como redutores de espasmos musculares em pacientes com Esclerose Múltipla: ainda que os estudos efetuados indiquem reduções marginais, a eficácia dos canabinóides no tratamento de espasmos musculares em pacientes com Esclerose Múltipla é considerada “moderada” e “provável”, com pacientes de diferentes estudos (2004, 2010, e 2011) a relatar diminuições dos sintomas.

Para dores crónicas (exceto cancros): também na diminuição de dores crónicas, os efeitos dos canabinóides estão moderadamente documentados. Notavelmente, diferentes estudos em 2015 e 2018 registaram reduções de dor na ordem dos 30% a 50%.

Em cuidados paliativos para doentes com cancro: a diminuição das dores, os estímulos ao apetite, a redução da ansiedade e a melhoria do sono são frequentemente descritos como benefícios do uso da Canábis em doentes terminais. A evidência científica parece, porém, ser limitada, desde logo pelo diminuto número de estudos de reconhecida qualidade e das suas pequenas amostras. Apesar das potencialidades dos canabinóides, este fator reduz as hipóteses de detetar benefícios significativos gerados por estas substâncias.

Na epilepsia infantil: Pais de crianças com epilepsia relataram nos últimos anos uma redução do número e da severidade das convulsões aquando do uso de óleos de canabidiol. Estes testemunhos parecem ser sustentados por uma revisão sistemática de diferentes estudos clínicos em 2018.

A Canábis pode ser utilizada no tratamento de outras doenças?

Para ser usada em tratamentos clínicos, a Canábis deve ser prescrita por um médico devidamente credenciado e no âmbito das indicações terapêuticas do Infarmed. Saliente-se que a Canábis só poderá ser prescrita nos casos em que os tratamentos convencionais com medicamentos autorizados não estejam a produzir os efeitos expectáveis, ou ainda nos casos em que se verifique a produção, pela toma destes, de efeitos adversos relevantes.

Um crescente número de médicos e pacientes têm defendido os benefícios da Canábis no tratamento ou alívio dos sintomas de doenças além das anteriormente destacadas:

  • Ansiedade;
  • Stress Pós-Traumático;
  • Depressão;
  • Distúrbios do sono;
  • Degeneração neurológica;
  • Doença de Crohn.

 

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