Os 7 princípios de Auditoria da ISO 19011

Autora:
Maria de Lurdes Antunes
Auditora e Consultora Sistemas de Gestão da Qualidade
Formadora da SGS Academy
 

A ISO 19011:2018 tem a importante tarefa de auxiliar os auditores, através do fornecimento de linhas de orientação para o planeamento e condução de auditorias a Sistemas de Gestão.

O que é a ISO 19011?

A ISO 19011:2018 é uma norma que define boas práticas, que vão desde o planeamento e condução de auditorias (internas e externas) até à determinação da competência dos auditores. A norma define auditoria como um processo sistemático, independente e documentado cujo principal objetivo é determinar em que medida os critérios da auditoria são cumpridos.

As auditorias podem abranger a totalidade do âmbito do Sistema de Gestão e/ou podem abranger processos ou áreas específicas dentro de uma organização, por exemplo, avaliar o cumprimento de diferentes etapas de produção, da prestação de serviços, ou até mesmo dos Recursos Humanos, da Gestão ou da área Comercial.

As auditorias são uma forma de ajudar as organizações a avaliarem a sua atuação com o objetivo de verificar a conformidade e identificar oportunidades de melhoria. Através delas é possível obter informação para definir e implementar um plano de ação que promova a melhoria do desempenho do SGQ e da organização no seu todo.

Existem diversos tipos de auditorias, com focos de avaliação diferentes. Eis alguns exemplos:

• Auditoria Ambiental
• Auditoria Fiscal e Tributária
• Auditora da Qualidade
• Auditoria de Sistemas
• Auditoria de Conformidade Legal

As auditorias devem ser conduzidas por auditores devidamente qualificados, quer sejam internos ou externos. 

7 princípios de Auditoria da ISO 19011

A ISO 19011 delineou 7 princípios fundamentais para auxiliar na condução  de auditorias. São eles:

• Integridade
• Apresentação justa
• Zelo profissional
• Confidencialidade
• Independência
• Abordagem baseado em provas
• Abordagem baseada no risco

Integridade — um dos principais traços de ADN de um excelente auditor. O auditor deve conduzir a sua investigação e avaliação de forma honesta e responsável, analisando os factos de forma séria e sem permitir que preconceitos ou julgamentos pessoais possam interferir com o seu trabalho.

Apresentação imparcial — um auditor deve apresentar os factos de forma verdadeira e correta. Uma auditoria deve ser clara e justa, apresentando nada mais do que os factos verificados. Não é ético tomar decisões ou fazer avaliações sem conhecimento de causa ou sustentação adequada.

Devido Zelo profissional — um auditor deve fundamentar a sua autoridade na sua capacidade de discernimento, análise e experiência na condução de auditorias, devendo ser responsável por detetar e assinalar quaisquer entraves ou omissões que impossibilitem ou prejudiquem o seu trabalho.

Confidencialidade — um auditor deve manter secreta, de terceiros, toda a informação recolhida. Os auditores devem assinar um termo de confidencialidade para preservar a integridade e o secretismo dos dados por si processados no âmbito da auditoria.

Independência — o auditor deve agir de forma independente para chegar a um juízo justo, objetivo e imparcial. A auditoria deve refletir a verdade e não beneficiar nem prejudicar uma organização de forma deliberada.

Abordagem baseada em evidências — as auditorias devem ser conduzidas tendo por base factos, evidências observáveis ou quantificáveis, para conseguir chegar a conclusões fiáveis.

Abordagem baseada no risco — um auditor deve analisar e utilizar uma abordagem que considera as oportunidades a explorar e os riscos associados ao contexto de uma determinada organização. Este princípio foi incluído na atualização de 2018 da ISO 19011.

 

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