As consequências de lançar um produto infantil inseguro no mercado podem ser graves - dano à propriedade ou remoção do produto do mercado, possível lesão ou morte da criança. Como é que os fabricantes podem mitigar os riscos associados ao desenho de produtos inseguros?
Todos os pais e educadores se preocupam com a segurança das crianças. Quando compram um produto que foi criado para ser usado por uma criança pequena, eles questionam-se se é seguro para o seu bebé.
O QUE É 'SEGURO'?
No contexto de produtos infantis, os produtos podem ser considerados seguros quando não causam ferimentos ou danos à criança, aos pais, à propriedade ou ao meio ambiente. Para avaliar, o fabricante precisa de considerar:
- Ferimentos - o produto é seguro?
- Perigo - o uso do produto pode causar danos ou lesões a qualquer pessoa ou objeto? Isto deve incluir o uso indevido esperado.
- Risco - qual é a probabilidade da ocorrência do incidente e a sua possível gravidade?
Existem três formas dos fabricantes abordarem o conceito de segurança:
- Desenvolver produtos inerentemente seguros - considerando o uso pretendido, possível uso indevido e a faixa etária do utilizador
- Prevenir perigos e riscos - considerando os possíveis perigos e riscos, olhando para as funções para o qual foi desenhado e possível uso indevido, conduzindo a uma avaliação de risco
- Informações do produto - os fabricantes podem utilizá-las para reforçar o uso correto, embora não possa evitar perigos
As informações do produto devem ser utilizadas apenas quando os perigos não podem ser corrigidos com uma alteração do design. Para garantir que os pais leiam, deve ser claro, conciso e pode conter imagens para ajudar na sua compreensão. Além disso, deve conter detalhes de como o uso indevido pode causar perigos graves. O objetivo é informar os pais sobre os potenciais riscos e boas práticas de segurança.
REGULAMENTOS
Não há uma norma para produtos infantis que cubra todos os territórios. No entanto, as regulamentações que são aplicadas geralmente derivam de princípios comuns.
Os fabricantes devem começar por considerar as normas e parâmetros que podem ser aplicados ao produto que estão a desenvolver. Devem ter atenção a:
- Ambiente de uso - onde será utilizado (creche, automóvel, berços, etc.)
- Produtos multifuncionais - o produto é transformável? Possui componentes eletrónicas? É para usar na aprendizagem inicial?
- Produto combinado - dois ou mais produtos combinados num - por exemplo, a cadeirinha que pode ser utilizada como um carrinho de bebé ou muda-fraldas que possui uma banheira por baixo
As respostas a estas perguntas dão uma ideia dos padrões que o produto deve cumprir.
INTEGRIDADE, DESEMPENHO, CONSTRUÇÃO
Ao desenvolver um produto infantil, os fabricantes devem ter em consideração a segurança em relação ao seu design e construção, o seu desempenho e a integridade dos seus materiais e da construção. Os fabricantes devem fazer essas avaliações sob a perspetiva de que a criança não terá instinto de auto preservação.
Principais pontos de segurança relacionados à construção:
- Arestas e pontas afiadas - possível lesão da criança ou dos pais
- Peças pequenas - podem ser engolidas se se soltarem
- Riscos de peças móveis - a criança ou os pais podem ser feridos pelo mecanismo
- Risco de ferimento - cabeças, membros ou dedos podem ficar presos
- Emaranhamento - risco de prender (postes de canto ou elementos decorativos) ou estrangulamento (pedaços de cabo livres residuais, laços, etc.)
- Adequação - o produto é adequado para a função?
- Sistema de retenção - se tem uma função de prender a criança, funciona, é ajustável para a criança?
- Mecanismos de travagem - funcionam corretamente, evitando dobrar ou desmoronar inadvertidamente?
Ao examinar cada um desses pontos, o fabricante deve testar o produto da maneira certa para garantir que é seguro. Peças pequenas, por exemplo, são avaliadas em todos os produtos destinados a crianças pequenas, com o produto infantil sendo submetido a testes de impacto, testes de abuso e, em alguns casos, testes de mordida. Isto vai garantir que peças pequenas permanecem presas ao produto e não podem ser engolidas.
Os pontos-chave associados ao desempenho que o fabricante deve considerar são:
- O produto evita efetivamente o movimento descontrolado?
- Se o produto tiver opção de travagem, este é eficaz?
- Estabilidade - o produto é estável durante o uso/mau uso previsível?
Finalmente, o fabricante deve realizar testes para verificar a sua integridade (resistência e durabilidade), considerando a vida útil previsível do seu produto.
UMA MANEIRA MELHOR DE ABORDAR A SEGURANÇA
Embora os requisitos para cada produto infantil possam variar entre os países, há semelhanças nos requisitos básicos de segurança.
A abordagem tradicional tem sido testar a conformidade com a segurança e regulamentos nas últimas fases do processo de desenvolvimento. Esta abordagem aumenta a probabilidade de haver custos adicionais quando o produto falha. Faz mais sentido para os fabricantes considerarem as várias formas de garantir a segurança e os pontos-chave que devem ser considerados, desde a fase inicial do processo de desenvolvimento. Isto não vai reduzir apenas o risco do produto final falhar nas avaliações de conformidade, mas também vai agilizar a ida do produto para o mercado, pois pequenos problemas podem ser resolvidos numa fase inicial.
SOLUÇÃO SGS
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